sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ÁGUA NA OCA


Os debates sobre a questão do meio ambiente ganham um novo fôlego na cidade na sexta (26), justamente a partir de um de seus recursos mais preciosos. A megaexposição “Água na Oca”, em cartaz até maio de 2011 no Parque do Ibirapuera, reflete sobre a relação do homem com o líquido que ocupa 70% do planeta. Três andares da construção projetada por Oscar Niemeyer serão ocupados com instalações audiovisuais e interativas, aquários (reais e virtuais), terrários, fotografias, vídeos, esculturas e maquetes de embarcações.


Com curadoria de Marcello Dantas, a montagem teve origem em “Water: H20 = Life”, exibida em 800 metros quadrados do Museu de História Natural de Nova York em 2007. Adaptada para a realidade brasileira com apoio do Instituto Sangari, ela chega a São Paulo com 8.000 metros quadrados, ou seja, dez vezes maior.
Logo no térreo, o espectador depara com o aspecto mais científico das atrações. Ali está um aquário com espécies de peixes de várias regiões do mundo, além de um terrário composto de animais criados em 3D, simulando o ecossistema de um manguezal. Já nas janelas da Oca, não por acaso semelhantes a escotilhas, vídeos exploram virtualmente o fundo do mar, a 10 quilômetros de profundidade. Ainda no térreo, uma balança compara o peso proporcional em água de várias espécies. Intitulado “O Desaguar”, o subsolo do prédio é reservado às obras de arte relacionadas ao tema da mostra. Conhecido por suas esculturas de aço, pedra e, é claro, muita água, o inglês William Pye apresenta quatro peças. Outros destaques incluem o vídeo “Rain”, do alemão Thomas Demand (com imagens em close de gotas caindo, que revelam ser de uma frigideira), uma série de fotografias de natureza da carioca Claudia Jaguaribe e uma instalação assinada pela dupla paulistana Gisela Motta e Leandro Lima, com lâmpadas que emulam o movimento de ondas. O 1º andar é dedicado mais diretamente à nossa relação com a água.

O visitante pode sentir na pele o drama de enfrentar um alagamento, através de uma casa montada em meio a uma tempestade, inclusive com tábuas no chão e água jorrando do lado de fora. Jornais exibidos em paredes trazem reportagens sobre enchentes desde a década de 30. Também no 1º andar, um painel interativo explica que o ato de tomar um copo de suco ou lavar o carro envolve muito mais água do que se imagina, e dá dicas para um uso mais racional e sustentável. Por fim, o 2º andar da Oca é uma espécie de planetário ao contrário. O espectador deita em colchões de água e assiste a uma animação projetada no teto, mais uma vez sobre as profundezas desconhecidas dos mares. “Fomos para a Lua, sonhamos em colonizar Marte e nem sequer chegamos ao fundo dos oceanos”, observa Marcello Dantas. “Ainda existe um universo cheio de segredos a ser descobertos.”
Assista ao video explicativo da exposição que é muito legal:







( via Veja SP )

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